25 de março de 2011

'O voto contra o Irã é uma derrota de Lula. A vitoriosa foi a resistência democrática'

Por Augusto Nunes *


O voto favorável à resolução da ONU que abre caminho para a investigação de casos de violação de direitos humanos no Irã é uma boa notícia. A mudança de rota é um soco no peito de Lula, pai da política externa da canalhice. Também rebaixa Marco Aurélio Garcia a assessor de nada e torna ainda mais patética a sabujice de Celso Amorim. Mas a presidente da República não fez mais que a obrigação. Quem venceu não foi Dilma Rousseff, cúmplice por omissão de todas as ignomínias cometidas desde janeiro de 2003. Vitoriosa foi a resistência democrática.


Durante oito anos, o país que presta resistiu à opção preferencial pela sordidez, encampada com muita animação por Marco Aurélio Garcia, chanceler sem Itamaraty, e Celso Amorim, gerente de um Itamaraty sem chanceler. O presidente  Lula estreitou as relações incestuosas com Fidel e Raul Castro, acasalou-se com o iraniano Mahmoud Ahmadinejad, consolidou a ligação promíscua com o venezuelano Hugo Chávez, sujeitou-se à arrogância de vizinhos cucarachas,  promoveu o líbio Muamar Kadafi a “amigo, irmão e líder”, bajulou ditadores africanos, celebrou o tirocínio de psicopatas e associou-se a genocidas ─ fora o resto.


Neste março de 2011, o Brasil só não quer conversa com uma única nação em todo o planeta: Honduras, cujo presidente foi escolhido há mais de um ano em eleições exemplarmente livres. Além da imediata reconciliação com a democracia hondurenha, o país decente exige o prosseguimento do serviço de limpeza apenas esboçado pelo voto contra o Irã e a favor da civilização. É preciso mandar para o lixo, o quanto antes, o vasto acervo de iniquidades internacionais acumulado pela trinca que jamais perdeu alguma chance de envergonhar o Brasil.


* < http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/o-voto-contra-o-ira-e-uma-derrota-de-lula-a-vitoriosa-foi-a-resistencia-democratica/ >

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