19 de julho de 2011

'Procuram-se as esposas de Wall Street'

Produtoras lançam reality show para mostrar as mulheres por trás dos banqueiros americanos.


Esposas de Wall Street
Novo reality show deve mostrar como esposas ajudaram seus maridos a enfrentar a crise financeira que abalou Wall Street em 2008

Se Wall Street se transformasse em um grande reality show, quais seriam seus protagonistas? Em um primeiro momento, você certamente pensaria nos corretores, banqueiros, investidores e até nos gurus que circulam pelo maior centro financeiro do mundo. Mas dessa vez, o foco é outro: os holofotes não estão mais apontando para homens poderosos e cheios de grana no bolso, mas sim para suas esposas.

Esposas de Wall Street
Entre as procuradas, estão mulheres com “histórias fabulosas”, que moram no centro de Nova York e que estejam dispostas a aceitar que câmeras de televisão invadam suas casas

Não se tratam de mulheres recauchutadas, com pouca roupa e muitas curvas a mostra. Gritaria e discussão, bastante comum em programas de televisão nos Estados Unidos e no Brasil, nem pensar. A bola da vez são as esposas inteligentes, elegantes e em alguns casos ricas, mas com algo em comum: elas possuem boas histórias para contar.

Devon Fleming
Devon Fleming, casada com um executivo do Deutsche Bank e fundadora de uma companhia que fornece soluções para mulheres, é uma das idealizadoras do programa.

O que estas mulheres têm a dizer sobre seus maridos, por exemplo? Será que as escolhas materiais são bastante diferentes de pessoas bem menos sucedidas financeiramente? Ou será que elas sofrem das mesmas ansiedades e tomam decisões similares a de mulheres que transitam por aí? Enfim, como vive uma esposa de Wall Street?

Convite para participar do Esposas de Wall Street
O convite alerta: nada de mulheres briguentas. Procuram-se esposas com personalidade alegre e atrativa, que estejam casadas ou até divorciadas de homens de Wall Street

Um convite foi lançado na última quarta-feira (13) na internet: procuram-se entre quatro e cinco mulheres qualificadas, com personalidade alegre e atrativa, que estejam casadas ou até divorciadas de homens que trabalham ou que possuem investimentos aplicados em Wall Street.

Real House Wives
Outros realities shows nos Estados Unidos, como o Real Housewives, já tentaram explorar o papel desempenhado pelas mulheres em diversas tarefas da sociedade

Devon está buscando por mulheres com “histórias fabulosas”, que moram no centro de Nova York e que estejam dispostas a aceitar que câmeras de televisão invadam suas casas. “Estas esposas não são idiotas. São mulheres inteligentes, são as CEOs de suas casas e algumas até possuem MBA. Elas têm muito que contar, inclusive sobre como suas famílias souberam lidar com as crises financeiras”, destaca Devon em entrevista à rede de TV americana CNBC.

Basketball Wives
O último reality show que conquistou os americanos foi o Basketball Wives, onde esposas de jogadores de basquete dos Estados Unidos foram as grandes estrelas do programa

Devon Fleming
Devon: As grandes redes de televisão só pensam nas brigas entre os participantes
A proposta não é nova. Em 2007, Devon e sua amiga e co-produtora Sami Mendenhall tentaram criar um reality show com o mesmo perfil. Na ocasião, Devon seria a protagonista principal. Contudo, as emissoras de televisão americanas não se mostraram interessadas no projeto.
“As grandes redes só pensam nas brigas entre os participantes”, através de programas que misturam pessoas de diferentes personalidades, disse Devon em entrevista ao blog DealBook do The New York Times, após afirmar que este formato seguia em desencontro com seu projeto.
“Mais do que em 2007, queremos agora no reality show desde as esposas que perderam tudo durante a última crise financeira mundial até aquelas que fizeram fortuna”, explica Devon que, por sua vez, perdeu muito dinheiro durante o período em que a economia dos Estados Unidos entrou em recessão.
A amiga de Devon, Sami, que já produziu realities shows para o The History Channel e até para a MTV, classificou as participantes deste projeto como um elenco difícil, já que muitas esposas de executivos atrelados a Wall Street não querem expor suas vidas aos holofotes. “Queremos mostrar o drama que se passa a portas fechadas”, disse ela em entrevista à CNBC.
“Quando mercado está volátil, assim se torna a vida destas mulheres”, ironiza Sami. “A vida delas depende muitas vezes do humor de seus maridos, que oscila conforme o vaivém das bolsas de valores. Veremos o que acontece nos bastidores, como essas mulheres realmente seguram a onda dentro em casa", comenta.
Embora busque proteger as participantes, Sami já garante que não se responsabilizará pelos assuntos conjugais que podem vir à tona durante o reality show. Uma das mulheres escaladas para o programa de 2007 chegou até a se divorciar, revela a co-produtora. Apesar disso, “há muitas esposas interessadas em participar”, garante.
Nenhuma emissora americana chegou a bater o martelo para garantir os direitos de transmissão do novo programa. Apesar disso, Devon e Sami estão empenhadas em buscar bons personagens que possam garantir um reality show de sucesso. Enquanto o projeto não vinga, a caça as esposas de Wall Street continua.

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