MARCUS ALCOFORADO *
O líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza, foi ao Jornal Nacional para repetir uma ladainha que, a esta altura do campeonato, está para lá de cansativa.
Sem que houvesse qualquer declaração de algum líder oposicionista, disse que a oposição era contra o aumento dado ao Bolsa-Família e que não entendia a importância econômica e social deste programa. Poderíamos dizer que Vacarezza, nesta questão, tornou-se enfadonho, pois parece um disco arranhado que não pula de faixa.
Mas há uma gravidade maior na sua entrevista que foi ao ar na TV Globo. O líder do governo Dilma apelou para a esfarrapada tática criada por Goebbels durante o regime de Hitler, de repetir uma mentira sucessivas vezes até que ela assuma fórum de verdade. Também aqui ele não inovou, pois não é o primeiro petista a apelar para esta tática. Lula, por exemplo, vive repetindo que o “mensalão” foi uma conspiração das elites com o objetivo de transformar em verdade sua “tese” esfarrapada.
Assim como Lula não inventou a roda, não foi o seu governo que introduziu os programas sociais de emergência no Brasil. O PSDB e demais partidos de oposição jamais se opuseram a tais programas, não como a solução para os problemas do céu e da terra, mas para focar na melhoria de vida dos miseráveis, como um expediente transitório.
Em 1994, o então prefeito de Campinas, José Magalhães – o Grama do PSDB – lançou o primeiro programa de distribuição de renda, através de uma bolsa que doava dinheiro a camadas mais carentes do seu município. Quando foi governador do Distrito Federal, antes de Lula ser presidente, Cristóvam Buarque adotou programa similar, assim como também o fez Marconi Perilo, quando foi governador Goiás pela primeira vez.
Baseado nestas experiências, o presidente FHC criou o programa “Bolsa-Escola”, que só no seu primeiro ano beneficiou cinco milhões de famílias em todo o país. Criou também outros programas sociais, como o de erradicação do trabalho infantil e o “Bolsa-Saúde”. O Bolsa-Família, criado por Lula unificou estes programas e os ampliou, o que foi positivo.
Com sua cantilena, Vacarezza omite a verdade destes fatos, assim como fez o PT nas duas últimas disputas presidenciais, quando semeou o terrorismo eleitoral, com a ladainha de que os presidenciáveis tucanos, se vitoriosos, acabariam com o Bolsa-Família, pois eram contrários a programas deste tipo. Claro que a mentira rendeu votos em bolsões da miséria, onde a mistificação pode prosperar.
De um líder de governo exige-se respeito ao decoro. É lamentável que Vacareza, na entrevista ao Jornal Nacional, tenha apelado para o exemplo da compra de cachaça para justificar os efeitos multiplicadores do Bolsa-Família, pois isto representaria a compra de “onze ou doze milhões de garrafas de cachaça”.
Além de grosseiro, seu exemplo é uma agressão aos beneficiários do Bolsa-Família, que utilizam cada real que recebem do governo federal para atender suas necessidades mais prementes.
Estes milhões de brasileiros devem ser tratados com respeito, coisa que faltou na entrevista do líder governista.
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