Carente de agenda positiva, presidente lança 'Minha casa, minha vida 2' e anuncia que unidades para vítimas da chuva na serra do Rio serão entregues em 2012
Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
Durante a apresetação do vice-governador Luiz Fernando Pezão, Dilma parece relaxada (Carlos Magno/Divulgação)
Pouco menos de seis horas antes de ir ao ar a aguardada entrevista do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, sobre a multiplicação de 20 vezes em seu patrimônio nos últimos quatro anos, o governo tentou promover, no Rio, o que era para ser uma “agenda positiva” para a presidente Dilma Rousseff. Mas apesar dos valores expressivos e da necessidade gritante de intervenções na Região Serrana do Rio, onde mais de mil pessoas morreram nas chuvas de janeiro, o que chama atenção no anúncio conjunto da presidente e do governo estadual é o atraso.
Em resumo, o que se pode aproveitar da passagem de Dilma pelo Palácio Guanabara é o recado de que, cinco meses depois da tragédia que atingiu sete cidades, o governo conseguiu resolver os entraves burocráticos e, finalmente, vai começar as obras. O anúncio é de um investimento de 678 milhões de reais para construção de 6.840 unidades habitacionais, contenção de 37 regiões de encostas e reconstrução de 69 pontes nas sete cidades devastadas.
Dilma, demonstrando que já está vacinada pelos palanques, afirmou que o governo agiu rápido para desembaraçar a liberação da verba. “Já subimos e descemos duas vezes um Everest de burocracia”, disse a presidente, recorrendo a uma metáfora infeliz para uma região que até pouco tempo atrás contava corpos retirados da lama de encostas – muitas delas ocupadas de forma ilegal e mantidas, também, à custa de omissão do poder público.
Sérgio Cabral, estranhamente, não usou o microfone. Melhor assim: quando a chuva caiu e matou mil pessoas, o governador estava em férias na Europa. Foi dado, então, ao vice-governador, Luiz Fernando Pezão, o privilégio de abrir os trabalhos. Pezão, que praticamente se mudou para a serra nos dias seguintes à tragédia, classificou como “histórico” o momento de hoje, tentando ajudar a dar peso de inauguração ao ato que, em última análise, nada mais foi que um aviso de que as obras vão começar.
A aparição de Dilma foi midiática. E a presidente foi mantida a salvo da imprensa. Jornalistas ficaram em uma sala assistindo aos pronunciamentos em um telão. Estavam lá, além do vice Pezão, o governador Sérgio Cabral, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e os senadores Lindberg Farias e Marcelo Crivella.
No evento, foi apresentado também um trabalho da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) que ajuda a montar a dimensão da tragédia, considerada a maior do Brasil: ao todo foram 1.007 deslizamentos de encosta, outros 31 desmoronamentos que alteraram cursos de rios; 471 acidentes de infraestrutura, como queda de pontes e interdição de ruas.
Um cronograma que parece ser realista – diante da inexistência de outras datas – registra que as primeiras unidades habitacionais começam a ser construídas só em 1º de outubro. E a previsão de entrega começa em fevereiro de 2012 e se estende até dezembro do mesmo ano, quando devem ficar prontas outras 2.030 casas.
A agenda da presidente no Rio também serviu para inflar a bolsa de promessas do governo Dilma. No evento, ela lançou o Minha Casa, Minha Vida 2, que promete, até 2014, mais 2 milhões de unidades habitacionais. Desse total, 1,2 milhão vai para famílias com entre um e três salários mínimos de renda mensal.
A aparição de Dilma foi midiática. E a presidente foi mantida a salvo da imprensa. Jornalistas ficaram em uma sala assistindo aos pronunciamentos em um telão. Estavam lá, além do vice Pezão, o governador Sérgio Cabral, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e os senadores Lindberg Farias e Marcelo Crivella.
No evento, foi apresentado também um trabalho da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) que ajuda a montar a dimensão da tragédia, considerada a maior do Brasil: ao todo foram 1.007 deslizamentos de encosta, outros 31 desmoronamentos que alteraram cursos de rios; 471 acidentes de infraestrutura, como queda de pontes e interdição de ruas.
Um cronograma que parece ser realista – diante da inexistência de outras datas – registra que as primeiras unidades habitacionais começam a ser construídas só em 1º de outubro. E a previsão de entrega começa em fevereiro de 2012 e se estende até dezembro do mesmo ano, quando devem ficar prontas outras 2.030 casas.
A agenda da presidente no Rio também serviu para inflar a bolsa de promessas do governo Dilma. No evento, ela lançou o Minha Casa, Minha Vida 2, que promete, até 2014, mais 2 milhões de unidades habitacionais. Desse total, 1,2 milhão vai para famílias com entre um e três salários mínimos de renda mensal.
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