1 de junho de 2011

'Os dois Camelos'

ERA UMA VEZ...*


Dois camelos, a mãe – Jade –  e o filho – Jamal. O filho, triste, sempre cabisbaixo, perguntou à mãe por que eles tinham corcovas. A mãe explicou que é um depósito natural de gordura para suportar o castigo do deserto. Caso não encontrem comida, o corpo consome a gordura das corcovas, muito útil e vital para a vida de um camelo.


Jamal, ainda pensativo, perguntou por que eles (camelos) bebiam tanta água (cerca de cem litros) em apenas dez minutos. A mãe explicou que para andar mais de 150 quilômetros ao dia, carregando um peso de 180 quilos, era necessária essa capacidade de absorver muita água. Um camelo consegue ficar até oito dias sem beber uma gota de água.


Jamal parou, pensou e, ainda não contente, perguntou por que os camelos tinham uma pata tão diferente. A mãe, pacientemente, respondeu que os pés dos camelos são largos e ficam bem mais largos quando pisam, tendo ainda uma espécie de almofada, revestida de um couro bem grosso na sola, tudo isso especialmente projetado para caminhar no deserto.


Explicações de mãe, calmas, serenas e cheias de paciência. Jamal, ainda descontente com as respostas, perguntou por que as pálpebras dos olhos tinham uma coisa esquisita? As pálpebras de um camelo, explicou Jade, descem dos olhos como telas, o que protege das tempestades de areias e do sol, mas, mesmo assim, permitindo ver de forma constante. Se um grão de areia passar, a pálpebra o remove como um colírio natural. O mesmo acontece com as narinas que possuem músculos especiais nas entradas, que fecham as aberturas, impedindo que a areia atrapalhe as grandes jornadas realizadas pelos camelos no deserto. Sem dúvida, o camelo é um animal perfeito. Foi concebido pela natureza para suportar as condições mais adversas.


O jovem e inexperiente camelo aquietou-se e, tentando entender tudo aquilo que lhe foi passado, pergunta, por fim: “Mãe, se temos tudo isso, se temos todas essas qualidades, o que estamos fazendo presos aqui nesse Zoológico?


(Moral da história: Não adianta ter qualidades ímpares e estar no lugar errado. Assim como, para o camelo, o habitat natural é o deserto e não um espaço no zoológico, com os seres humanos não é diferente.)


Sugestão: Larga dessa vida de camelo, sô!


* (Livremente adaptado de um texto recebido por email. Autor desconhecido, mas também pode ser o Jabor, o Verissimo ou o Alexandre Garcia…vai saber!)


< http://filonescio.wordpress.com/2011/05/22/os-dois-camelos/ >

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