Rodrigo Constantino *
Hoje é o Dia das Mães, dia de prestar uma justa homenagem àquela que nos carregou por nove meses dentro da barriga, que nos pariu, nos amamentou, nos educou e nos ensinou o que é o amor. Mãe é mãe. É o centro da família, o ponto de equilíbrio, aquela que normalmente “segura as pontas” e coloca a preservação desta crucial instituição em primeiro lugar.
Há também mães que não geraram seus filhos, ou seja, não são mães biológicas, mas ainda assim são mães, pois assumiram aqueles filhos e lhes deram amor. É lógico que estou generalizando, que há exceções, tristes exceções, e que nem sempre as coisas acontecem como deveriam. Há mães que são terríveis para seus filhos.
Mas justamente por sabermos que nada é mais triste do que uma “broken family” é que devemos valorizar tanto as mães. Se a figura paterna tende a representar mais “A Lei”, os limites, a figura materna quase sempre traz um lado mais afetivo, necessário para a busca do equilíbrio. Mãe é perdão.
Estou, como muitos sabem, nos Estados Unidos, e ontem vi um debate na CNN em que duas mães demandavam não ter tantas expectativas elevadas por parte da sociedade. Era o presente que pediam no Dia das Mães. Entendo o ponto: antes de ser mãe, ela é uma mulher, um indivíduo, uma esposa. Tem seus desejos, interesses pessoais, vontades. Não resta a menor dúvida quanto a isso.
Mas o tom das duas entrevistadas era de pura negligência, típico da geração “mimimi”, egoísta, egocêntrica, hedonista, como se os filhos fossem basicamente um fardo, como se educá-los fosse um sacrifício grande demais, e sabemos como essa turma detesta sacrifícios. Carpe diem! Assim já não é legal. Como diz o livro de Içami Tiba: quem ama, educa!
Para muitas mulheres, ser mãe é uma grande realização, talvez a maior na vida. É verdade que os tempos mudaram, que hoje quase todas trabalham fora de casa, e acho isso ótimo. Garante mais independência às mulheres, e uma realização profissional importante também.
Mas acho que o pêndulo talvez tenha exagerado, a ponto de hoje, após “conquistas” do feminismo, muitas que vivem basicamente para ser boas e dedicadas mães serem vistas com profundo preconceito. Sem falar desse hedonismo, que transformou a educação dos filhos num sacrifício insuportável para muitas delas. Os filhos pagam um alto preço.
Tive muita sorte nesse aspecto, com uma mãe que, além de carinhosa e presente, também trabalhava fora e tinha seus próprios desejos profissionais, o que julgo saudável (até para o relacionamento com os filhos). Veio de minha mãe também a paixão pelo debate de ideias, com respeito ao ponto de vista do outro. Longe dela nesta data, deixo aqui minha homenagem e o agradecimento por tudo que fez por mim até hoje.
Fecho com a mensagem de Clodovil sobre família e, claro, mãe. Por ter sido ele um homossexual famoso, e filho adotivo, acredito que tal mensagem tenha peso ainda maior, valorizando todas as mães, como elas merecem, em uma época que perdeu um pouco esse respeito e zelo:
* http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/cultura/singela-homenagem-ao-dia-das-maes/
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