MARCUS ALCOFORADO *
Quando a gente pensa que já viu de tudo, mais assombração aparece. Pois não que tem um grupo de aloprados preparando uma manifestação no Rio de Janeiro contra a visita de Obama?
Alguém poderia imaginar que se trata apenas de uma iniciativa de alguns lunáticos inteiramente descolados da realidade, que representam apenas a si mesmos. Acontece que um dos articuladores do ato contra o “imperialista” Obama é ninguém menos que o secretário dos Movimentos Populares do PT do Rio, Idalécio Wanderley Silva, que anunciou o ato contra o presidente dos EUA em um comunicado ao seu partido e à sociedade.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, que está à frente da convocação dos cariocas para participarem do evento de domingo, onde Obama fará um discurso na Cinelândia, perdeu a paciência com os jurássicos petistas e indagou: “O PT pirou?”.
O problema é que o Idalécio Silva não está sozinho na sua “porraloquice”. Tanto é assim que cerca de 150 sindicalistas e dirigentes de movimentos sociais fizeram uma reunião no Sindicato dos Petroleiros do Rio, para programar contra a visita de Obama. Misturou-se o PT com a extrema esquerda.
A esquizofrenia de alguns petistas que cultivam ainda o clima da guerra-fria deixou Dilma irritadíssima, pois enquanto ela quer fazer da visita de Obama um marco na reaproximação do Brasil com a principal potência do mundo, petistas tresloucados jogam água no chope da presidente. Sem meios-termos, Dilma deu ordem para que seu ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, que era até bem pouco tempo presidente do PT do Rio, enquadre os petistas ensandecidos.
Imaginem a loucura. Parte do PT do Rio de Janeiro quer que o governo brasileiro declare Obama “persona non grata”, enquanto isto, Dilma convoca as principais personalidades do mundo político para um jantar com o presidente dos Estados Unidos e cercará a sua vinda com a discussão de acordos principalmente na área econômica, com destaque para a ciência e tecnologia.
De fato Idalécio expressa uma das características do PT. Em seu interior congregam-se as mais diversas correntes de pensamento, desde aquelas que estão próximas à extrema esquerda, até socialdemocratas convictos. É como se o PT praticasse, também, ser oposição a si mesmo.
Antes que o estrago seja irreversível, veio a campo o deputado André Vargas, secretário nacional de Comunicação do PT: “Acho que ele (Indalécio) esqueceu que nós somos governo e que temos interesse em fazer negócio com Obama. A nossa política externa não é só com a Venezuela”.
O antiamericanismo jurássico de Indalécio poderia ser apenas mais um episódio a enriquecer o folclore político nacional. Mas ele assume uma gravidade maior, quando ficamos sabendo que membros do governo mais ligados ao ex-presidente Lula estão insatisfeitos com a grande mobilização oficial, em torno da visita de Barack Obama.
Há, por detrás deste sentimento, uma dor de cotovelo de “lulistas históricos”, que se queixam do fato de a visita de Obama não ter acontecido na gestão de Lula, o que não deixou de ser um desprestígio para o caudilho que tanto veneram.
Esquecem eles que se isto não aconteceu antes, foi por culpa do próprio governo de Lula, cuja política externa teve como centro o antiamericanismo e o terceiro-mundismo. Não é demais lembrar que o grande sonho de Lula era ser uma alternativa à hegemonia dos Estados Unidos (e também da Comunidade Européia).
A dor de cotovelo dos “lulistas históricos” pode se transformar em uma enorme ciumeira, se Obama aproveitar a sua visita para fazer uma sinalização favorável à aspiração do Brasil de ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, o que é difícil, mas não deixa de ser possível, pelo menos em termos de uma abertura a um papel mais protagonista do Brasil no cenário internacional.
O que farão os nossos jurássicos, se isto acontecer? Será que vão acusar Dilma de ter se curvado ao “imperialismo americano”?
Quando a gente pensa que já viu de tudo, mais assombração aparece. Pois não que tem um grupo de aloprados preparando uma manifestação no Rio de Janeiro contra a visita de Obama?
Alguém poderia imaginar que se trata apenas de uma iniciativa de alguns lunáticos inteiramente descolados da realidade, que representam apenas a si mesmos. Acontece que um dos articuladores do ato contra o “imperialista” Obama é ninguém menos que o secretário dos Movimentos Populares do PT do Rio, Idalécio Wanderley Silva, que anunciou o ato contra o presidente dos EUA em um comunicado ao seu partido e à sociedade.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, que está à frente da convocação dos cariocas para participarem do evento de domingo, onde Obama fará um discurso na Cinelândia, perdeu a paciência com os jurássicos petistas e indagou: “O PT pirou?”.
O problema é que o Idalécio Silva não está sozinho na sua “porraloquice”. Tanto é assim que cerca de 150 sindicalistas e dirigentes de movimentos sociais fizeram uma reunião no Sindicato dos Petroleiros do Rio, para programar contra a visita de Obama. Misturou-se o PT com a extrema esquerda.
A esquizofrenia de alguns petistas que cultivam ainda o clima da guerra-fria deixou Dilma irritadíssima, pois enquanto ela quer fazer da visita de Obama um marco na reaproximação do Brasil com a principal potência do mundo, petistas tresloucados jogam água no chope da presidente. Sem meios-termos, Dilma deu ordem para que seu ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, que era até bem pouco tempo presidente do PT do Rio, enquadre os petistas ensandecidos.
Imaginem a loucura. Parte do PT do Rio de Janeiro quer que o governo brasileiro declare Obama “persona non grata”, enquanto isto, Dilma convoca as principais personalidades do mundo político para um jantar com o presidente dos Estados Unidos e cercará a sua vinda com a discussão de acordos principalmente na área econômica, com destaque para a ciência e tecnologia.
De fato Idalécio expressa uma das características do PT. Em seu interior congregam-se as mais diversas correntes de pensamento, desde aquelas que estão próximas à extrema esquerda, até socialdemocratas convictos. É como se o PT praticasse, também, ser oposição a si mesmo.
Antes que o estrago seja irreversível, veio a campo o deputado André Vargas, secretário nacional de Comunicação do PT: “Acho que ele (Indalécio) esqueceu que nós somos governo e que temos interesse em fazer negócio com Obama. A nossa política externa não é só com a Venezuela”.
O antiamericanismo jurássico de Indalécio poderia ser apenas mais um episódio a enriquecer o folclore político nacional. Mas ele assume uma gravidade maior, quando ficamos sabendo que membros do governo mais ligados ao ex-presidente Lula estão insatisfeitos com a grande mobilização oficial, em torno da visita de Barack Obama.
Há, por detrás deste sentimento, uma dor de cotovelo de “lulistas históricos”, que se queixam do fato de a visita de Obama não ter acontecido na gestão de Lula, o que não deixou de ser um desprestígio para o caudilho que tanto veneram.
Esquecem eles que se isto não aconteceu antes, foi por culpa do próprio governo de Lula, cuja política externa teve como centro o antiamericanismo e o terceiro-mundismo. Não é demais lembrar que o grande sonho de Lula era ser uma alternativa à hegemonia dos Estados Unidos (e também da Comunidade Européia).
A dor de cotovelo dos “lulistas históricos” pode se transformar em uma enorme ciumeira, se Obama aproveitar a sua visita para fazer uma sinalização favorável à aspiração do Brasil de ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, o que é difícil, mas não deixa de ser possível, pelo menos em termos de uma abertura a um papel mais protagonista do Brasil no cenário internacional.
O que farão os nossos jurássicos, se isto acontecer? Será que vão acusar Dilma de ter se curvado ao “imperialismo americano”?
* FONTE: http://pitacos-politicos.zip.net/
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